Um empresário lutando contra um tumor mortal no cérebro acredita que o
motivo do câncer foi ter passado até seis horas diárias em seu telefone
móvel.
Depois de ir para o hospital com uma forte dor de cabeça, Ian Phillips
teve a notícia devastadora de que tinha um tumor no cérebro do tamanho
de um limão, e agora tem apenas três anos de vida.
O executivo de 43 anos trabalhava como gerente de operações de uma
grande empresa, o que exigia um grande número de ligações de celular -
uma média de 100 horas mensais de chamadas.
Além da
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quimioterapia e radioterapia, ele passa por um tratamento de
medicina alternativa, mudando sua dieta e praticando exercícios
regularmente. Ele também lançou uma campanha para conscientizar as
pessoas dos riscos do uso de telefones celulares, que, segundo ele, são
particularmente perigosos para as crianças.
"Eu
passei a minha vida trabalhando no celular. Minha orelha ficava
vermelha quando eu saía do trabalho, no final do dia. Eu não acho que o
que estava fazendo era bom para o meu cérebro", disse Phillips, que antes de assumir o cargo estressante, era jogador de rugby.
A ressonância realizada no Hospital Universitário de Gales revelou um
tumor cerebral de grau 3 e Phillips foi submetido a uma operação de
emergência de nove horas para remover a maior parte. Porém, seu câncer
de cérebro não poderia ser curado, e ele foi aconselhado a aproveitar
ao máximo o pouco tempo de vida que lhe restava.
"Eu
comprei um receptor coberto de ouro para chamar a atenção e alertar
sobre os perigos de celulares. Estranhos me perguntam por que eu uso um
receptor de mão e eu lhes digo que seria pouco se eles tivessem sido
diagnosticados com um tumor cerebral”, contou.
O ex-executivo convenceu algumas estrelas do rugby galês, como Rhys
Priestland e Jonathan Davies, a rasparem a cabeça para o ‘Brains
Confie’, instituição de caridade na luta contra o câncer que ele apoia.
"Eu vou superar o meu tumor, porém, eu preciso passar a mensagem
de que os telefones celulares podem ser perigosos e que os receptores
de mão podem salvar suas vidas”, finalizou.
Os celulares realmente causam câncer?
A ligação potencial entre telefones celulares e câncer é um debate
controverso. Inúmeros estudos não conseguiram fornecer um consenso
sobre o grau de risco de câncer causado pelos dispositivos móveis.
A principal preocupação é que os telefones possam causar tumores
cerebrais. O maior estudo, até agora, fazia parte do Million Women
Study, e incluiu cerca de 790 mil mulheres. Ele não encontrou nenhuma
ligação entre o uso de telefone móvel e tumores cerebrais, e nem de 18
outros tipos de câncer.
Outro estudo acompanhou mais de 420 mil usuários de celulares em um
período de 20 anos. Nenhuma ligação direta com tumores foi descoberta.
Outra parte da pesquisa salientou uma ligação entre o uso de celulares e
câncer das glândulas salivares, mas apenas um pequeno número de
participantes do estudo apresentou tumores cancerígenos.
Enquanto isso, um outro estudo recente sugere um possível aumento do
risco de glioma - um tipo específico de tumor cerebral - para aqueles
que utilizam seus celulares por muito tempo. Mas os pesquisadores não
encontraram nenhum aumento no risco de tumor cerebral em geral.
Em 2012, a Suprema Corte da Itália descobriu que havia um "nexo de
causalidade" entre o uso do telefone com o diagnóstico de tumores
cerebrais de um empresário. Innocente Marcolini, de 60 anos, usou seu
telefone celular por até seis horas por dia, durante 12 anos.
O oncologista Angelo Gino Levis e o neurocirurgião Giuseppe Grasso, que
trataram do caso, argumentaram que os telefones móveis sem fio emitem
radiação eletromagnética causando danos às células e aumentando o risco
de tumores.
Porém, muitos tumores não aparecem em menos de 15 anos, fazendo estudos
de curto prazo sobre o uso do telefone móvel tornarem-se redundantes.
Os especialistas da Clínica Mayo, nos EUA, analisaram provas e estudos
de casos, e, juntamente com membros da Agência Internacional para
Pesquisa sobre Câncer - parte da Organização Mundial de Saúde -
concordaram que há provas de que a radiação do telefone celular provoca
câncer, mas a confirmação só virá com o tempo e mais pesquisas.
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